Primeiros passos

Considero que os primeiros passos para aquele que quer descobrir os segredos ocultos, místicos e espirituais são:

Ver, Ouvir, Sentir

Hoje em dia as pessoas deixaram de ver, de sentir, de ouvir. Já não se usa mais os sentidos, já não se percebe o mundo a sua volta. Esta falta de percepção é porque não é dada a atenção ao valor que há em tudo, tornamo-nos seres banais. Estamos totalmente desapercebidos. Há como que uma “casca” presente nos sentidos das pessoas, como aquela que a Bíblia relata quando Saulo, que depois tornou-se o apostolo Paulo, adquiriu ao encontrar-se com Jesus no caminho de Damasco, aquela casca significava a falta de “visão” de Saulo. Esta mesma “casca” que impede nos dias atuais, a visão perfeita e não permite ver todos os milagres que estão em volta.

Se o homem não tiver o poder de ver o mundo exterior que é palpável e perceptivel pelos seus sentidos físicos básicos, contemplando toda sua beleza e o milagre que é cada simples fio de relva, cada grão de areia, cada gota d’água, o som do vento, cantar dos pássaros, como poderá ver o seu próprio interior, compreender o mundo espiritual que exige dele concentração, domínio de sutilezas de sua percepção interior.

Para mim o primeiro passo é voltar a perceber o mundo a sua volta, prestar muita atenção, ver tudo como uma criança que descobre algo pela primeira vez.

Quando você ficar emocionado em ver uma flor ou ao comer uma fruta, perceber as nuances de sabores, os perfumes, voltar a sentir o carinho de uma brisa em seu rosto, sentir a conexão do frescor da água, o calor aconchegante do fogo, ouvir o vento e o canto dos pássaros, compreender o milagre que é a simples possibilidade da existência de tudo a sua volta, contemplar as maravilhosas manifestações divinas, então tera dado o primeiro passo para encontrar o caminho estreito e pouco trilhado, escondido por entre as árvores, oculto aos olhos profanos.

Deus fez de cada detalhe do universo, uma infinita manifestação de amor. Há um jardim de exuberante beleza e perfumes inacreditáveis, cores mágicas em todos os lugares, mas as pessoas “comuns” não podem ver.

Cazarin